sexta-feira, 27 de abril de 2012

Angra pode ser o destino da regata internacional França-Brasil em 2013


Em sua passagem por Brasília, na semana passada, o vereador José Antônio Gomes (PCdoB) esteve na sede da Embratur para reunião com o presidente interino da empresa pública de turismo brasileira, Paulo Guilherme de Araújo. O vereador levou com ele o representante da associação francesa Grand Pavois, Christophe Vieux. O grupo está discutindo o apoio do Governo Brasileiro à realização da feira Grand Pavois, em setembro deste ano em La Rochelle, na França e, em seguida, o patrocínio público para a regata internacional França-Brasil, em 2013, cuja cidade de destino seria Angra dos Reis. Até a última edição do evento, em 2011, o destino era Salvador (BA). Segundo Vieux, além da divulgação de Angra no destino europeu, a regata poderia trazer dezenas de turistas estrangeiros ao município, com incontáveis lucros para o turismo da cidade. A feira Grand Pavois, realizada anualmente, terá um grande stand do Brasil e Angra estará presente.

Paulo Guilherme ficou de receber novamente o grupo nas próximas semanas, com a presença de um representante da Fundação Municipal de Turismo de Angra (TurisAngra), para definir como a Embratur e o município poderão viabilizar o apoio ao projeto. Ele destacou que a empresa tem interesse em apoiar a iniciativa por considerar que Angra dos Reis é um dos destinos que pode ter incremento de movimentação turística nos próximos anos por causa dos grandes eventos previstos para o país até 2016.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

O Tebig é nosso! Angra quer e precisa da ampliação do terminal da Transpetro


É sabido que, com o crescimento da produção de petróleo no Brasil, e o que está por vir em relação à exploração do óleo na camada pré-sal, há que se construir um novo terminal para escoar essa produção, ou ampliar o que já existe, no caso o nosso Tebig.

E essa é a questão crucial: construir um novo porto ao custo de 5 bilhões e 400 milhões de dólares ou ampliar o que já existe, ao custo de 2 bilhões de dólares?

Em se tratando de custo, não dá nem para discutir. Afinal estamos falando de uma economia – ou um gasto – de 3 bilhões e 400 milhões de dólares.

Mas ambientalmente não seria melhor preservar a Baía da Ilha Grande e construir um novo terminal em outro lugar? Em outro lugar não causaria menos danos ao meio ambiente?

40 anos sem danos ambientais
Antes de mais nada, é bom que diga que Angra dos Reis convive há 40 anos com o Tebig, e durante esse tempo todo não houve danos ambientais. O eventual impacto ambiental causado pelo Tebig já foi absorvido ao longo desse período. O Tebig já está pronto. E pronto também para ser ampliado, conforme consta do projeto original. A construção de mais um berço para atracação de navios e novos tanques não exigirá obras de dragagem, pois o calado de mais de 20 metros já é suficiente, e nem de enrocamento.

A Transpetro, responsável pela operação e manutenção do Tebig, já entrou com pedido de licença ambiental junto ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea) para a ampliação do terminal. Mas o secretário do Ambiente, Carlos Minc, é contra e diz que a licença não será dada em qualquer hipótese.

Seu principal argumento é: impedir o aumento da circulação de navios petroleiros e plataformas a dois quilômetros da Ilha Grande e a 200 metros da Lagoa Azul, um santuário na Baía da Ilha Grande. Ora, a presença de navios e plataformas na Baía da Ilha Grande, além dos que atracam normalmente no Tebig, não tem nada a ver com a operação do terminal. Esses navios e plataformas estão ali (e, segundo nós, não deveriam estar, pois também somos contra essa operação) para reparos e reformas, normalmente executadas pelo estaleiro Brasfels. Essas operações deveriam ser feitas no berço de atracação do Brasfels. Mas atenção: o Inea tem dado licença para essas operações de reparo e reforma de petroleiros e plataformas na baía. Os navios da Transpetro que aguardam o momento de atracar no Tebig ficam fundeados da Ponta do Acaiá para fora, na direção do oceano, ou seja, a quilômetros de distância da baía. Com a ampliação do Tebig, estes navios deixariam de ficar fundeados ali e atracariam no terminal.

SOS Jaconé – Porto não!


Muito bem. Impede-se a ampliação do Tebig, causando um prejuízo econômico e social sem precedentes ao município de Angra e apresenta-se como alternativa o quê? A construção de um megaporto, ao custo já mencionado de 5,4 bilhões de dólares, no município de Maricá, mais precisamente na praia de Jaconé (foto acima), uma das mais belas e bem preservadas do Estado do Rio de Janeiro. O projeto do megaporto (ilustração ao lado) em Maricá significa, “apenas”, a destruição da praia de Jaconé, a destruição de um paraíso. Pergunto, então, onde está a coerência ambiental, a preservação do meio ambiente? Não dá para entender essa lógica, a não ser que outros interesses estejam por trás desta megaoperação.

A questão ambiental, tantas vezes mencionada pelo secretário Minc em seus pareceres e entrevistas, também deveria ser levada em consideração antes de se pensar em construir um novo porto em Maricá, pois ali certamente os danos ambientais seriam bem maiores dos eventuais danos à Baía da Ilha Grande. Já existe, inclusive, um movimento chamado “SOS Jaconé – Porto Não!”, que une sociedade civil, ambientalistas, ONGs e associações de surf contra a construção do porto. (na foto ao lado,manifestação contra a instalação do porto em Jaconé, da qual eu participei, em 7 de abril)

Para eles, a escolha do local foi totalmente equivocada, pois um empreendimento dessa magnitude põe em cheque uma das mais bonitas praias do Rio de Janeiro, afetando diretamente a natureza, a paisagem e a população. Ecossistemas marinhos frágeis e notórios seriam os primeiros a sucumbir. A praia de Jaconé, além de tudo, é considerada como uma das melhores para a prática do surf, além de ser um ótimo local para a pesca artesanal e profissional. Diversas espécies animais e vegetais teriam seus habitats naturais destruídos, causando danos ambientais irreversíveis.

Transpetro quer a ampliação do Tebig

Segundo a Transpetro, justifica-se a ampliação do Tebig porque:

Menos impacto ao meio ambiente. O terminal fica em águas abrigadas e tem calado natural, sem necessidade de dragagens adicionais, nem enrocamento. Além disso, todas as obras serão feitas em espaço que já tem atividade de movimentação de petróleo. Por outro lado, em Maricá, por ser uma região de mar aberto, teria que ser construída uma barreira protetora (enrocamento) para os navios. Em comparação ao projeto de Angra dos Reis, o impacto ambiental no local será bem maior.
Condições geográficas. Naturalmente adequado para operações com navios VLCC (Very Large Crude Carrier), para atenderem principalmente a exportação de petróleo nacional produzido pela camada do pré-sal.
Localização estratégica. É o terminal mais próximo das bacias de Santos e de Campos, responsáveis hoje pela produção de 85% do petróleo exportado.
Melhor opção. Em comparação com outras regiões alternativas no Estado do Rio é a melhor opção da Petrobras para atender a demanda de movimentação prevista para as refinarias Regap, Reduc e Comperj, e exportação de petróleo ao aumento previsto da produção, com destaque para o pré-sal.
Infraestrutura. O terminal já dispõe de toda a infraestrutura, necessitando de ampliação apenas em alguns pontos.

Sem o Tebig, Angra viverá o caos

Do ponto de vista do meu município, Angra dos Reis, que hoje é o principal porto de exportação de petróleo do país, a não ampliação do Tebig vai gerar um caos total, diminuindo a arrecadação da cidade em 50%, ou seja, menos R$ 400 milhões nos cofres públicos por ano. A obra de ampliação do Tebig deve gerar quase cinco mil empregos diretos e indiretos e aumentar a arrecadação de impostos - serão 98 milhões de dólares a mais em Imposto sobre Circulação de Mercadorias, o ICMS. Para a cidade de Angra dos Reis serão 70 milhões de dólares a mais em Imposto Sobre Serviços, o ISS.

A ampliação do Tebig para Angra é comparável à manutenção dos royalties do petróleo como estão hoje para todo o Estado do Rio de Janeiro. O peso da Declan da Petrobras no valor adicionado da cidade de Angra é enorme. Corresponde a nada menos do que 70% do total - R$ 8,1 bilhões dos R$ 10,6 bilhões que são a soma de todas as empresas instaladas no município, segundo dados de 2009.

A população de Angra dos Reis sonha com o crescimento deste terminal, vital para a cidade. A reprovação da população será muito forte e imediata, caso não aconteça.

A não ampliação vai representar uma perda de 90% dos nossos royalties. Passaremos a receber apenas R$ 12 milhões - no ano passado foram R$ 83,8 milhões.

A ampliação do Tebig é crucial para as finanças, a economia e o consequente desenvolvimento sócio-econômico do município.