terça-feira, 5 de junho de 2012

Secretário de Pesca defende em seu blog resultado de relatório. Só que a decisão já estava tomada

O secretário de Desenvolvimento Regional, Abastecimento e Pesca do Estado do Rio, Felipe Peixoto (PDT), publicou em seu blog artigo (também reproduzido nos jornais "Diário do Vale" e "A Voz da Cidade") no qual defende a sua posição de votar contra a amplição do Tebig no relatório da comissão formada pelo governador Sérgio Cabral e coordenada pelo secretário do Ambiente, Carlos Minc,  e que contou ainda com a participação do secretário Julio Bueno, do Desenvolvimento Econômico.

Vale a pena ler o texto do Felipe Peixoto para ver as incoerências, a falta de conhecimento do assunto e da região e a discrepâncias. Veja aqui.

Volto a dizer: o tal relatório da tal comissão não diz absolutamente nada. É um relatório do Minc feito três meses depois que ele tomou a decisão, junto com o Julio Bueno, de não dar a licença ambiental para a Transpetro ampliar o Tebig, e não tem uma prova consistente. Em março já havíamos recebido a informação de que o Estado não iria aprovar a ampliação do Tebig. A discussão sobre o Tebig não é ambiental, é financeira.

O relatório traz mentiras descaradas, como a alegação de que, com a ampliação do terminal, navios de mais de 500 mil toneladas irão circular na Baía da Ilha Grande. Isso já acontece e o governo do Estado nem sabe. O relatório contém fotos e informações falsas, que chegam a assustar. Há que se fazer uma investigação séria para descobrir o que está por trás disso tudo.

Um comentário:

  1. José Antonio, está claro que o critério para definição da ampliação da capacidade de armazenagem e posterior exportação, pela Petrobras, do excedente de óleos, passa longe da técnica. Se fizermos um mosaico de manchetes dos últimos 24 meses, poderemos inferir que, há uma costura sendo alinhavada entre Governo Federal, Petrobras e OGX, aproximando várias operações da Petrobras do Super Porto do Açu. Essa super PPP sem concorrência, para ser desfeita ou dividida, precisará de muito mais mobilização do que as que já estão sendo feitas. Há de se resgatar as transcrições das sessões pertinentes ao assunto, tanto no Congresso Nacional como nas Assembléias Estadual e Municipais, dos municípios interessados. Tenho certeza que, subliminarmente, há de ser resgatado trechos onde essa "costura" se faz presente.
    Sobre argumentação técnica do tráfego de navios na Baía da Ilha Grande, basta montar a rota por fora da Ilha Grande, por onde trafegam os navios de minério de ferro carregados em Mangaratiba, deixando o canal interno da baía livre do tráfego de navios da carga, destinando-se exclusivamente às atividades de maricultura, pesca e turismo(fica como sugestão para futura implementação).
    Sobre possibilidade de vazamentos, nada pior do que vazamento nuclear. Entretanto, foi concedida licença para Angra III, sem ovo nem cimento. Ademais, qualquer vazamento em baías, seja ela qual for, é mais fácil aplicar planos de contingenciamento do que em mar aberto.
    Para encerrar esse pequeno e inculto comentário, em uma visão leiga, expandir berços e pipelines, sobre uma estrutura já construída, me parece bem mais simples do que construir essa mesma estrutura em mar aberto, fazendo enroncamento, decks, pier, construção de pipelines, tancagem, etc.
    Há uma luta muito maior pela frente, em defesa dos interesses do País e da região da Costa Verde, do que parece. Isso ficou claro na parada "programada" das operações do TEBIG, logo após a reação do povo de Angra ao veto "técnico" à ampliação do terminal, motivado pelo "recente" incêndio ocorrido em 2002(sic).

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